Mostrar
Eu procurava uma fotografia entre os
meus arquivos guardados.
Precisava de uma foto em boa resolução
para a parede da sala.
Me peguei pensando no tamanho das coisas, medidas em pixels, centímetros, Kbytes, e como medir coisas importantes. É que além de uma grande ampliação fotográfica, estou pensando em espelhos, pensando em dançar na sala. Coisas que passaram a ter outra importância e uma foto gigante é a coisa mais ousada que podia caber em qualquer das minhas moradas anteriores.
Escarafunchando encontrei estas fotos que talvez formem a sequência mais bonita que eu tenha produzido na vida. Pouca gente viu (e eu queria mostrar).
Como num estalo, um click e não só mostrar,
resolvo escrever sobre elas.
A paixão é assim. Faz um click.
Revelar
Eu já brinquei de ser fotógrafo.
Fiz curso de fotografia P&b (até aprendi a revelar), andei com fotógrafos e amantes de fotografia em geral. Até que certa vez, lá pelos 28 anos apresentei algumas ampliações almejando um certo curso relacionado à fotografia artística com vagas limitadas. No feedback a instrutora mandou um “olha suas fotos são legais, porém elas não contam uma história. As fotografias de paisagem não contam uma história.
Uma produção artística revela uma história
… voce entende?”
Entendi. - Sim entendi. Mas depois
desisti de fotos artísticas.
Mostrar revelar exibir
Hoje encontrei várias histórias e eu viajo nelas, enquanto vou desordenando suas sequências deixo minha imaginação flutuar.
Toda história que imagino fala de sedução. Romantizo lindamente qualquer ordem nas fotos:
- Ela está sozinha, posando de guarda-chuva para
ninguém, está reflexiva nesse lugar nublado _ Ele a observa de longe.
Quando se aproxima percebe a beleza do momento eternizado. E depois do
click: Toma um café comigo?
- Eles já estavam casados há alguns anos, quando a crise chegou. Agora absortos no momento em que desacreditam que o amor seja para sempre. Ele ainda pede autorização para tirar uma foto. Gostou do resultado e sorriu para ela: -Voltamos?
Exibir
Nas fotos um casal de amigos, pessoas a quem eu já disse que amo e que me fizeram sentir de perto qualquer coisa daquela canção:
Is just to love and be loved in return”
(Nature Boy)
Agora para juntar amor e sedução. Penso nas pessoas que seduzi. Nas vezes que meu jogo deu certo.
Dar certo é quando recebo alguma admiração de volta. Assumo que é o meu caso buscar um click e depois um tesãozinho qualquer que aqueça a alma. Reciprocidade.
Essa coisa … me emociona. Fecho os olhos e imagino aquele momento da foto (2016) como um passado historicamente remoto impossível de reviver.
(in Parc du Domaine-des-Restraités - Quebec City - 2016)



🤗🤗❤️
ResponderExcluirComo disse o Antonio Candido, o homem não vive sem ficção, nem que seja um bilhete de loteria
ResponderExcluirQuanta ternura!
ResponderExcluir”No fundo a Fotografia é subversiva, não quando aterroriza, perturba ou mesmo estigmatiza, mas quando é pensativa.” Roland Barthes
ResponderExcluirQuando você me disse que tinha abandonado a fotografia, fiquei bem surpreso.
ResponderExcluirTalvez você a possa ter abandonado. Mas ela não abandonou você.
Deu vontade de procurar mais histórias nas minhas fotos!!!
ResponderExcluirDelicado, sincero... Belo!
ResponderExcluirAbração