É um filme do mesmo diretor de “Eu matei minha mãe” cujo maior mérito é, em minha opinião o fato de ter sido realizado bem no auge da adolescência do diretor.
Xavier Dolan, canadense, alguns anos mais velho, dirige essa fábula sobre o seu entendimento do amor sob o signo da paixão, e também participa como ator.
No filme, dois jovens amigos (Marie e Francis) conhecem Nicolas (um rapaz lindo culto inteligente meigo e cheio de outros a-trativos) e inicia-se uma amizade, onde Nico é centro das atenções e tanto desperta o desejo, quanto se apresenta distante dos dois que o idolatram.
O filme tem também uma parte documental, recheado de depoimentos divertidos sobre a paixão, de pessoas que sofreram por amor. É recheado de imagens coloridas, musicadas e muitas cenas em slow-motion. Destas cenas, destaco duas que são ao mesmo tempo bonitas e reveladoras: Nico está dançando numa festa e de repente, sob o olhar de Francis e Marie, a sua imagem é sobreposta e assim comparada ao David de Michelangelo. Noutra cena, que está mais perto do desfecho, é a chegada do outono com suas folhas coloridas, que caem, forrando o chão, envolvendo os personagens, e anunciando uma passagem de tempo.
Em certo momento pensei que o título poderia ser amores imaginaDOS, e que alguns acontecimentos revelariam ser da ordem da fantasia, (não era o caso, como percebi depois) e talvez seja o caso de discutir se os amores (todos eles) são mesmo reais ou imaginários.
Parece que o diretor sacou a importância da “função escópica” no caso do amor / idolatria, porque as cenas mais repetidas são dos olhos de Marie vidrados e apaixonados.
Também parece importante perceber que nesse tipo de amor, o amado não está “nem aí” para os amantes.
Também parece importante perceber que nesse tipo de amor, o amado não está “nem aí” para os amantes.

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